FERNANDO SCHELLER - O Estado de S.Paulo
O Grupo Abril lançou ontem oficialmente a Iba, sua loja de conteúdos digitais que reúne revistas, jornais e livros. As principais editoras do País participam do projeto, que tem o objetivo de organizar o acesso a marcas consagradas de conteúdo pelo meio digital (PC e tablets). O projeto consumirá investimentos de R$ 60 milhões em cinco anos, segundo a companhia.
O usuário que se cadastrar no Iba terá acesso gratuito a cinco revistas, um jornal e dez livros digitais ao longo dos próximos 40 dias (até 16 de abril). Depois, a cobrança pelo conteúdo ficará a critério de cada parceiro. Hoje, 17 jornais - entre eles O Estado de S. Paulo -, 25 títulos de revistas da Abril e mais de 6 mil livros digitais de 170 editoras brasileiras estão disponíveis no site.
O Iba funciona em fase de testes desde setembro - neste período, passou também por testes com grupos de foco. "Nos últimos meses, aumentamos nossa oferta de conteúdo. A pessoa que entra hoje no site tem a tranquilidade de encontrar as publicações que está há anos acostumada a comprar em bancas ou livrarias", diz Ricardo Garrido, diretor de operações do Iba.
Como o mercado de tablets ainda é pequeno no Brasil - são cerca de 600 mil unidades em circulação, segundo o Grupo Abril -, foi necessário dar um passo atrás em termos tecnológicos para permitir a formação do elo do leitor com os conteúdos digitais por meio de um aplicativo de leitura desenvolvido para PCs. Por enquanto, somente os aplicativos para PC e iPad estão disponíveis - uma opção para tablets Android será introduzida em abril.
A estratégia do Iba está intimamente ligada ao crescimento do número de tablets em circulação - a empresa estima que serão cerca de 9 milhões de aparelhos em cinco anos - e da disponibilidade de internet sem fio. "Com o aplicativo para computador, nós nos antecipamos à 'virada' para a leitura digital, na qual os tablets terão um papel central", afirma Garrido.
Preço. Segundo Silvio Genesini, diretor-presidente do Grupo Estado e coordenador do Comitê de Estratégia Digital da Associação Nacional de Jornais (ANJ), o Iba ajuda a organizar a cobrança de conteúdos em forma digital. "A ideia é sempre ter ofertas e degustações, mas cada setor poderá ter uma ideia melhor do preço que será necessário cobrar. A tendência de longo prazo é que, com uma escala maior, os preços fiquem mais baixos."
Como o Iba depende de parcerias para sobreviver, cada empresa parceira terá liberdade de definir sua estratégia comercial. A loja do Grupo Abril funcionará como o site que reúne os conteúdos. "No caso de jornais e revistas, o cliente poderá tanto comprar um número específico quanto fazer assinaturas. Queremos usar a experiência dos parceiros para fechar 'pacotes' para os clientes", diz Garrido.
Essa liberdade fazia com que o preço dos livros digitais no site variasse bastante ontem. O líder de vendas no País - É Tudo Tão Simples, de Danuza Leão, da Editora Agir - saía por R$ 13,90, menos da metade do valor do livro impresso. Já O Cemitério de Praga, de Humberto Eco, custava R$ 35, contra R$ 49 da edição tradicional da Editora Record.
Entre os jornais, a escolha de preço também varia conforme a empresa responsável pela publicação. No caso do Estado, as edições do dia, por enquanto, são gratuitas, enquanto as anteriores podem ser acessadas mediante o pagamento do preço de capa (R$ 3 para jornais de segunda a sábado e R$ 5 para as edições de domingo).
Fonte: http://www.estadao.com.br/
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