quarta-feira, 22 de abril de 2009

Os pioneiros!!!!



Não sabe o que fazer com aqueles livros que você não quer mais guardar? Que tal "soltá-los na natureza"? Essa é a proposta do projeto "Bookcrossing" (BC ou, ao pé da letra, "troca de livros"): tornar o mundo uma grande biblioteca. Basta deixá-los em um local público, onde outros possam adotá-lo.
No início dos anos 2000, o americano Ron Hornbaker, sócio da empresa de desenvolvimento de softwares Humankind Systems, criou o site "bookcrossing.com" para seguir os passos de livros libertados em várias cidades do mundo. Para entrar na brincadeira, basta se cadastrar no site e registrar as obras que vocêpretende doar. A pessoa recebe um número de identificação para cada obra, que deve ser colada em uma etiqueta ou até anotada à mão. Os organizadores ainda pedem que o leitor inclua no livro um bilhete explicando do que se trata o projeto e convidando seu novo dono a entrar no site e informar que encontrou aquele título. Ele pode então ler o livro se quiser e depois dar a um amigo ou deixá-lo em local público, dando continuidade à corrente. Pela página virtual, os participantes ainda podem se comunicar uns com os outros e trocar livros pelo correio.









Nos Estados Unidos, os garçons nem recolhem os livros deixados nas mesas dos cafés. Eles já sabem que isso faz parte do bookcrossing"
Quando a relações-públicas Helena Castello Branco começou a participar do Bookcrossing, há um ano e meio, percebeu que era a iniciativa ideal para aplicar o conhecimento adquirido em seu curso de pós-graduação em gestão de projetos culturais. "Projeto cultural não é só conseguir patrocínio pela Lei Rouanet, fazer um show e lucrar. É preciso pensar no benefício para a comunidade", diz. Conseguiu de um sebo uma doação de 500 obras, mas percebeu que, no Brasil, o retorno é pequeno. "De cada 50 livros que soltávamos, apenas um era registrado. Nos EUA, os garçons dos cafés nem recolhem os livros deixados nas mesas, já sabem que é bookcrossing", diz.
Por isso ela consultou os coordenadores do projeto e criou, em outubro de 2007, uma "Zona Oficial de Troca de Livros" (OBCZ, na sigla em inglês) em São Paulo (veja o endereço no final desta reportagem). A exigência principal é simples: o local precisa ser aberto ao público. Não pode ser em um prédio residencial, por exemplo. Além disso, o voluntário deve acompanhar o movimento sempre que puder e tentar captar novos livros. No início, havia cerca de 300 obras disponíveis na OBCZ paulistana. Mas poucas pessoas abastecem o acervo com doações, e hoje restam apenas 30 títulos.



ROLANDO PELO MUNDO






Ao lado, Ron Hornbaker, Bruce Pedersen e Heather Pedersen, fundadores do bookcrossing.com. O trio achou que seria interessante criar um site nos moldes do phototag.org, que acompanha a trajetória de fotos tiradas de câmeras descartáveis deixadas em locais públicos, e do wheresgeorge.com, que segue a pista de cédulas de dólar por meio de seus números de série
A dedicação é, inclusive, financeira. Helena arca com todo os gastos de transporte dos livros, produção de folhetos de divulgação, etiquetas e carimbos. "Queremos apresentar o projeto para investidores, mas precisamos antes da aprovação dos coordenadores", diz Helena, que também deseja criar zonas na periferia e no centro da cidade. Sua esperança é que um dia o BC Brasil consiga manter uma fonte de renda como seu correspondente americano, com doações e venda online de acessórios como camisetas, etiquetas, marcadores e sacolas para acondicionar os livros.

Gostou da idéia?


Então passe adiante a idéia e seus livros.

BOOKCROSSING EM NÚMEROS
• 662.463 pessoas de 130 países cadastradas• 3.700 trocadores de livros oficiais no Brasil, sendo que 1.600 são de São Paulo• 4.688.540 livros registrados• 25 livros à solta no Rio de Janeiro ainda não foram encontrados ou registrados • 3.047 é o número de exemplares do livro "O Código Da Vinci" que foram cadastrados no site, o campeão de registros


VÁ FUNDO - Conheça as zonas de troca oficiais do Bookcrossing no Brasil:São Paulo• Bar e Restaurante Central das Artes Rua Apinagés, 1.081, PerdizesTel. (11) 3865-4165
Rio de Janeiro• Lunático Café e Cultura Rua Visconde de Carandaí, 6, Jd. BotânicoTel. (21) 3114-0098

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