sexta-feira, 15 de março de 2013

PARAENSES que fizeram história. - Sócrates.





Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira (Belém, 19 de fevereiro de 1954  São Paulo, 4 de dezembro de 2011), mais conhecido como Sócrates e também referido como Doutor Sócrates, Doutor ou Magrão, foi um futebolista e médico brasileiro.
Como jogador de futebol, Sócrates foi considerado como um dos maiores do Brasil e, segundo a FIFA, um dos maiores do mundo. Ídolo do Corinthians - ao lado de Luisinho, Cláudio, Roberto Rivellino, Neto, Tevez, Liedson, Marcelinho Carioca, Ronaldo Fenômeno e do Botafogo de Ribeirão Preto, ao lado de seu irmão Raí e Zé Mario.
Sócrates notabilizou-se também por sua militância política, particularmente nos anos 1980, quando liderou um movimento pela democratização do futebol e participou do movimento pelas Diretas já!.
Era irmão de outro famoso futebolista, Raí. Ambos foram capitães da Seleção Brasileira de Futebol.
Sócrates também atuou como técnico de futebol, articulista e comentarista esportivo. Também era músico e, eventualmente, ator e produtor teatral.

Primeiros anos
Sócrates recebeu esse nome porque seu pai que era apaixonado por literatura, e estava lendo A República de Platão, na época do nascimento do filho.  A família, originária de Messejana, Ceará, vivia em Belém do Pará, mudando-se para Ribeirão Preto quando o pai, funcionário público federal, foi transferido.
Em Ribeirão Preto, ingressa no colégio dos Irmãos Maristas, onde começa a prática esportiva e se apaixona pelo futebol. Na época torcia pelo Santos.
Aos dez anos assiste a uma cena que influenciaria sua visão de mundo: vê o pai queimando seus amados livros, logo após o golpe militar de 1964.
Quando Sócrates completa doze anos, sua numerosa família já está completa, com seus cinco irmãos - Sóstenes, Sófocles, Raimundo filho, Raimar e Raí, então com um ano de idade.
Aos dezesseis jogava no time juvenil do Botafogo Futebol Clube de sua cidade. Aos dezessete, ingressa na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, continuava jogando pelo Botafogo. No final de 1973, decide profissionalizar-se como jogador, sem abandonar o curso de medicina, que conclui em 1977, sem interromper sua carreira no futebol.

Carreira futebolística
Jogador
No Botafogo de Ribeirão Preto foi considerado um fenômeno desde o início, pois quase não treinava em função de frequentar o curso de medicina na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto(USP). No ano de 1977 o Botafogo Futebol Clube contratou o treinador Jorge Vieira, que chegou ao clube dando o recado: "jogador que não treina, não joga". Sócrates achou que não jogaria mais futebol, porém Jorge Vieira, reconhecendo o talento de Sócrates, deu tratamento diferenciado ao jogador. Naquele ano Sócrates foi campeão da Taça Cidade de São Paulo 1977, disputando o título com o São Paulo no Morumbi e artilheiro do campeonato. Ainda pelo Botafogo, também se destacou no Campeonato Brasileiro, marcando um célebre gol de calcanhar contra o Santos na Vila Belmiro. Em 1978, deixa o Botafogo e transfere-se para o Corinthians.
Socrátes se firmaria no Corinthians em 1978, refazendo a dupla com seu ex-companheiro no Botafogo Geraldão. Mas seus grandes companheiros de ataque nesse time seriam Palhinha e o amigo Casagrande. Sócrates passou a dedicar se mais ao futebol depois que se formou em medicina (1977). Na Seleção Brasileira estrearia em 1979 em um amistoso contra o Paraguai.
Foi uma das estrelas de times famosos em nível nacional e mundial: a Seleção Brasileira de Futebol da Copa do mundo de 1982 e do Corinthians da década de 1980, celebrizado pelo movimento da Democracia Corintiana. Na Copa de 1982 marcou dois gols contra as respeitadas equipes da URSS e Itália, mas isso não bastou para o Brasil se sagrar campeão. Também teve excelente atuação na Copa América de 1983, onde a seleção brasileira foi vice-campeã. Aos 30 anos faz uma rápida e decepcionante passagem pelo Fiorentina da Itália, entre 1984 e 1985.
Na Copa do Mundo de 1986 estaria novamente em ação, mas já fora de forma ideal. Ficaria ainda marcado pelo pênalti desperdiçado contra a França, na decisão que desclassificou o Brasil. Antes de encerrar a carreira (1989), ainda atuaria no Flamengo, no Santos e no Botafogo de Ribeirão Preto.
Em 1988, Sócrates participou de um amistoso entre uma equipe de grandes ídolos do Corinthians em todos os tempos - que contou, inclusive, com a presença de Rivellino - e o "pai" do Timão do Parque São Jorge, o time inglês Corinthian-Casuals, que voltou ao Brasil após quase um século da primeira vez que esteve no país. Os brasileiros venceram por 1x0, com gol do próprio Sócrates. A pedido dos ingleses, Sócrates jogou cerca de 15 minutos na equipe do Corinthian-Casuals.
Em 2004, atendendo ao convite de um amigo, participou de uma partida com a camisa do Garfoth Town, equipe da oitava divisão da Inglaterra.

Técnico
Logo após encerrar a carreira de jogador, tornou-se técnico do Botafogo. Em 1996, foi também técnico da equipe equatoriana  LDU, mas demitiu-se alegando falta de profissionalismo dos jogadores.
Em 1999, atendendo a um convite de um antigo companheiro de seleção, Leandro, foi técnico da equipe carioca Cabofriense.
Em 10 de junho de 2011, Sócrates recebeu um convite para treinar a Seleção de Cuba.

Política e jornalismo
Fora do futebol, Sócrates sempre manteve uma ativa participação política, tanto em assuntos relacionados ao bem-estar dos jogadores quanto aos temas correntes do país. Na década de 1980, participou da campanha Diretas Já (1983- 1984) e foi um dos principais idealizadores do movimento Democracia Corintiana (1982- 1984), que reivindicava para os jogadores mais liberdade e mais influência nas decisões administrativas do clube. 
Durante sua segunda internação, em 2011, Sócrates declarou que gostaria de trabalhar com o presidente venezuelano Hugo Chávez em projetos sociais ligados ao esporte.
Era articulista da revista Carta Capital e do jornal Agora São Paulo e comentarista esportivo do programa Cartão Verde da TV Cultura.

Música e teatro
Em 1980, Sócrates gravou um LP de música sertaneja chamado Casa de Caboclo, pela gravadora RCA, com tiragem de 50.000 exemplares que rapidamente saiu de catálogo. Em 1982, participou das gravações do LP Aquarela, do cantor Toquinho. 
Em 1983, Sócrates foi produtor, na peça Perfume de Camélia, com a atriz Maria Isabel de Lisandra. A peça foi exibida no teatro Ruth Escobar

Televisão
Em 1979, Sócrates, juntamente com seu companheiro de seleção brasileira e amigo, Zico, teve participação especial na telenovela brasileira Feijão Maravilha, da Rede Globo, onde contracenou com os atores Ivon CuryGrande Otelo e Olney Cazarré.

Literatura
Em 2002, Sócrates lançou em conjunto com o jornalista Ricardo Gozzi, pela Boitempo Editorial, o livro Democracia Corinthiana: A utopia em jogo, no qual conta a sua experiência durante o período da Democracia Corinthiana.

Cinema
Em 8 de dezembro de 2011 foi lançado oficialmente o documentário Ser Campeão é Detalhe sobre a Democracia Corinthiana, com depoimentos de personagens da época, inclusive, de Sócrates, a quem o filme foi dedicado e que ganhou uma homenagem durante o lançamento.

Medicina
Em 1992, inaugurou em Ribeirão Preto, com um investimento de 300.000 dólares, a Medicine Socrates Center, uma clínica médica destinada a atender profissionais de diversas modalidades esportivas e também pacientes comuns.

Alcoolismo e morte
Em agosto de 2011, Sócrates foi internado na UTI do Hospital Albert Einstein devido a uma hemorragia digestiva alta causada por hipertensão portal. Após essa primeira internação, admitiu que tinha problemas de alcoolismo.
Após uma segunda internação em setembro, em dezembro de 2011, Sócrates seria internado mais uma vez devido a uma suposta intoxicação alimentar, que acabou por se transformar em um grave quadro de choque séptico em razão de sua condição de saúde já debilitada. Sócrates faleceu às 4:30 da manhã de 4 de dezembro de 2011,teve uma falência múltipla dos órgãos em decorrência do choque séptico.
No dia de sua morte, o Corinthians, seu time do coração, sagrou-se pentacampeão brasileiro de futebol, minutos antes do início da partida, jogadores e comissão técnica do Corinthians prestaram uma homenagem a Sócrates, repetindo o gesto utilizado por ele nas comemorações de seus gols.
Sócrates foi sepultado no dia 4 de dezembro de 2011, no cemitério Bom Pastor, na cidade de Ribeirão Preto que, logo após o falecimento, decretou luto oficial.

Fonte: Wikipédia




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