sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Poemas de Maria Cleide.


Eu protesto!
(por Maria Cleide da silva Cardoso Pereira)

Num mundo onde "marketing pessoal"
É mais importante do que o caráter de alguém
Onde aparência é fundamental
E a cor da pele e a forma do corpo também
Não encontro espaço para ser o que sou
Porque não suporto artificialidade
Eu sou gente de verdade
Não sou um estereótipo que a mídia propagou
Não sou de mandar recado
Sou de refletir e partir para a ação
Contra a injustiça eu não me calo
Não quero ser mais uma na multidão
Nessa multidão inerte que tudo deixa passar
Que não protesta, que não se mexe e que só sabe esperar...
Esperar que a situação mude sem que se faça alguma coisa
E ficar de pernas pro ar, levando a vida numa boa
Num mundo onde etiquetas têm grande valor
Num mundo onde reina indiferença e desamor
Num mundo onde tudo é cobiça e vaidade
E onde uma mentira, repetida, vira verdade
Só que eu existo, posso estar na margem, mas não sou resto
Podem me ignorar, me excluir, mas ouvirão o meu protesto
Eu protesto contra a ganância
Eu protesto contra a indiferença
Eu protesto contra a ignorância
Eu protesto contra a carência
Eu protesto contra a artificialidade
Eu protesto contra a desigualdade
Eu protesto contra o desamor
Eu protesto contra a total falta de valor
De valor à vida
De valor às pessoas
De valor às criações divinas
De valor ao amor, que tudo perdoa
Eu protesto contra a dureza dos corações
Eu protesto contra a cegueira espiritual
Eu protesto contra as insensatas realizações
De pessoas que desprezam o bem e praticam o mal
Eu protesto e sigo a protestar
Nenhuma mão opressora pode me abalar
Pois eu conheço Aquele que me fortalece
S aibam que, de nenhum(a) filho(a), Ele se esquece
O Deus Altíssimo não faz acepção
Do príncipe ao mendigo
Do grande ao pequenino
Ele ama sem impor condição


8 de março, dia de luta!
(por Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira)
New York, 8 de março de 1857
Uma história de lutas e injustiça
Episódio trágico que ninguém esquece
129 tecelãs: operárias contra a polícia
O dia manheceu entristecido
As operárias foram acuadas
E, naquela fábrica de tecidos,
Todas morreram carbonizadas
Foi a primeira greve norte-americana
Conduzida somente por mulheres de luta
E quem sabe, não se engana:
Patrões e policiais usaram a força bruta
Violência, repressão
Greve: luta pelos direitos
Braços cruzados, omissão
Fogo, mortes, desespero
Esposas, mães, filhas
Guerreiras, trabalhadoras
A mão do homem as humilha
A mão dominante as faz sofredoras
Redução da jornada laboral
Greve para assegurar esse direito
A incompreensão marca o dia fatal
Patrões e policiais: o fogo do desrespeito
129 mulheres morreram ao lutar
Mas a conquista, para sempre, ficou
Em 1910, Clara Zetkin se fez escutar
E, o Dia Internacional da Mulher, criou
Em homenagem às mártires operárias
Esse dia entrou para o calendário
Pois nós mulheres somos revolucionárias
E merecemos ter o nosso dia lembrado
Ser mulher é lutar por melhorias
É ser atuante na sociedade
É construir a História, ser protagonista
E mudar a própria realidade
Parabéns a todas as mulheres
Que, a cada dia, conquistam novos espaços
Que vencem as intempéries
E alcançam excelentes resultados
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