sábado, 21 de novembro de 2009

O Almirante Negro



Era o inicio do século XXO ano: mil novecentos e dezEm nossa “gloriosa” marinha reinavaA lei da chibata em todos os convés.


Jogados a sorte por serem mourosVivendo a sombra dos navios negreirosComo a figura de uma ave de agouroAinda pairava sobre os marinheiros.


Pois de todo mau que lhes afligiamA dor da humilhação era piorComo aceitar que homens libertosTratados que foram ao ferro aniquilador.


Inevitável seria nesta conjunturaNo seio de quem exigiam respeitosExplodir em revolta, esquecer a branduraO cobro de seus legítimos direitos.


Assim, em levante, d’aqueles combatentesJoão Cândido, o Almirante negro surgiuO líder gaúcho, que de seus descendentesHerdou a coragem de que nunca se viu.


Foi desta maneira, que mais uma manchaDe infâmia e covardia o Brasil se livrouPra sempre ficará em nossas lembrançasO legado de luta que a todos honrou.


"Por um ideal de transformação."


C.Cardoso. - Poetas do Extremo Norte

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