Belém da Memória
Estes são os escritores que fazem do Belém da Memória o porto da poesia:
Adalcinda Camarão ( 1920) - poeta e compositora, Adalcinda nasceu na cidade de Muaná. Atuou na Rádio Clube do Pará, ao lado da irmã, Celeste Proença, e escreveu versos. Há muitos anos está radicada nos Estados Unidos. Colaborou com diversos jornais e revistas; entre as quais a "Terra Imatura", que muito contribuiu para difundir a produção intelectual paraense: Foi casada com o cineasta Líbero Luxardo.Estes são os escritores que fazem do Belém da Memória o porto da poesia:
Age de Carvalho ( 1958) - arquiteto, projetista gráfico que hoje mora na Alemanha, nasceu em Belém e, atualmente, é uma referência nacional da nova poesia brasileira de expressão amazônica. Age de Carvalho falou de Belém em seu primeiro livro - "Arquitetura dos Ossos" - e, embora morando fora do Brasil e muito longe de sua cidade, mantém estreitos vínculos com a terra natal.
Antônio Juraci Siqueira ( 1948) - poeta e trovador paraense, é chamado carinhosamente, pelo apelido de Totó. Formado em Filosofia, pela Universidade Federal do Pará, é açougueiro de profissão. Como poeta, é conhecido pela extrema sensibilidade. Como trovador, além de pensar a vida; tem feito o leitor dar boas risadas. Juraci, que já venceu mais de cem concursos nacionais de poesia e trovas, é um mestre no gênero.
Antônio Távernard ( 1908/ 1936) - poeta paraense de rara sensibilidade. Foi também jornalista, dramaturgo e compositor. Chegou a ingressa,r na Faculdade de Direito do Pará, mas teve sua vida encurtada quando, numa época de escassos recursos da ciência, contraiu hanseníase. Poeta lírico, falou de amor, morte e esperança como poucos. Foi um dos redatores da revista "A Semana", uma das mais importantes a circular em Belém, na década de 30.
Benedicto Wilfred Monteiro ( 1924) - poeta, jornalista, advogado e político, Benedicto Monteiro nasceu na cidade de Alenquer, e é autor de uma tetralogia romanceada, em que fala da realidade do homem da região Norte. Benedicto, a quem os amigos chamam de Bené, escrevéu, segundo Benedito Nunes, o primeiro romance conteXtual da realidade amazônica. Sua obra está voltada para o regional.
Bruno de Menezes (1883/1963) - Poeta e folclorista, foi uma espécie de anunciador do modernismo em Belém. Sua poesia cantou a raça negra, a cidade que o tempo levou, as tradições já quase esquecidas e o amor: Bruno de Menezes. era membro; ao mesmo tempo, da formal Academia Paraense de Letras e da informalíssima Academia do Peixe Frito, uma mesa em torno da qual os amigos conversavam sobre a vida e comiam peixe frito. Bruno foi, por muito tempo, alma da cidade. .
Dalcídio Jurandir (1909/1979) - Romancista nascido na cidade de Ponta de Pedras, na ilha do Marajó, e criado no município marajoara de Cachoeira do Arari, escreveu a maior saga romanesca da literatura amazônica - o ciclo Extremo Norte. Seus romances, quase todos ambientados na Amazônia, tem a cor e o cheiro da região, pronunciados por um dos textos mais bonitos que brotaram nesta terra.
Edyr de Paiva Proença ( 1920/1998) - letrista, advogado, bancário, jornalista, cronista e radialista, Edyr era filho de Edgar Proença, o pioneiro da radiofonia na Amazônia. Autor de vários livros, Edyr Proença marcou época no rádio paraense, como narrador e, mais tarde, comentarista esportivo. Torcedor apaixonado do Clube do Remo, dirigiu, nos anos 90, o Museu da Imagem e do Som do Pará. Edyr Proença foi muita coisa em vida, mas era, sobretudo, amigo dos amigos e um tremendo boa praça. Edyr era uma raríssima unanimidade. Não havia quem não gostasse dele.
Eneida ( 1904/1968) - poeta, cronista, contista e jornalista, Eneida, que nasceu em Belém, foi, sobretudo, amazônica. Em suas crônicas, em especial as que tratavam do tema da saudade de sua cidade natal, ela cobre de ternura a terra verde de sua infância vivida entre as mangueiras de Belém do Pará.
Ignácio de Loyola Brandão ( 1936) - cronista, romancista e jornalista. Paulista de Araraquara. Numa crônica, disse de todo o sentimento pela cidade de Belém. Ignácio é um dos mais importantes escritores brasileiros da atualidade.
João de Jesus Paes Loureiro ( 1939) - é poeta, prosador e teatrólogo, além de letrista e professor. Nascido na cidade de Abaetetuba, exerceu o jornalismo e o magistério, até tornar-se secretário municipal e, depois, estadual de Educação e Cultura. Presidiu a Fundação "Tancredo Neves" e, hoje, dirige o Instituto de Artes do Pará. Sua poesia é lírica e de marcado cunho social. Envolvido pela realidade amazônica, poetizou a região, seus mitos e lendas, a dura realidade rural e cercou de contornos poéticos a cidade de Belém.
José Ildone Favacho Soeiro ( 1942) - nascido na cidade da Vigia, o poeta José Ildone é também professor e foi Prefeito de sua terra natal. Estudioso da história da Vigia, respondeu, por muitos anos, pela edição do Suplemento Cultural do O Diário Oficial do Estado do Pará. Sua poesia, toda ela de raiz lírica, fala do amor, da saudade e da admiração que tem pela cidade que o viu nascer e péla que o acolheu - Belém. Ildone também é trovador.
Manuel Bandeira (1886/1968) - poeta pernambucano e um dos mais importantes nomes do modernismo brasileiro. Esteve em Belém em 1927 e apaixonou-se pela cidade. É dele o poema "Belém do Pará", que fala dos encantos da cidade que chamou de "morena formosa". É conhecido, pela delicadeza no trato com a palavra, como o São João Batista do nosso Modernismo.
Mário de Andrade (1893/1945) - poeta, romancista, contista, pesquisador, folclorista e professor paulista. Maior nome da primeira fase do Modernismo brasileiro. Em carta a Manoel Bandeira, confessou seu grande amor por Belém.
Max Martins ( 1927) - Poeta e só poeta, Max Martins mora em Belém. Aqui, ao lado de Benedito Nunes, Francisco Paulo Mendes e Mário Faustino, viu chegar a modernidade na poesia brasileira, da qual se tornou um dos nomes mais importantes. Sua obra está traduzida para o alemão, inglês e francês.
Rodrigues Pinagé ( 1895/1973) - poeta, jornalista e funcionário público. Pinagé nasceu em Natal(RN) vindo ainda criança para Belém aonde foi eleito "Príncipe dos Poetas Paraenses": Embora tenha vivido no tempo do modernismo, o poeta não se apegou ao estilo de 22 e continuou fazendo versos à moda antiga. Como lírico, era extraordinário. Como poeta satírico, deixou muito sorriso nos lábios de seus leitores.
Ruy Barata (1920/1990) e Paulo André Barata (1948) - Ruy era advogado poeta, político, jornalista e pai de Paulo André, que é poeta, letrista e cantor. Ruy era santareno e Paulo, belenense. Os dois fizeram letras e música, tendo como inspiração a cidade das mangueiras. Paulo André e Ruy são o Pará - e Belém - em partituras e canções.
Waldemar Henrique da Costa Pereira (1905/1995) - músico, regente, teatrólogo e cronista, Waldemar Henrique é considerado o compositor paraense mais importante do século XX. Ele cantou as mais bonitas lendas da Amazônia e teve, ao lado -da irmã, Mára, destacada atuação no cenário musical americano e europeu, nos anos 40 e 50. Foi diretor do Teatro da Paz e, até hoje, suas obras são executadas nos quatro cantos do planeta.