domingo, 8 de julho de 2012

Insônia: causas e tratamento.


Provavelmente, você já sofreu desse mal algum dia em sua vida: não conseguir dormir.

Agitação, ansiedade, enfim, muitas coisas podem fazer você perder seu sono. Isso nem sempre significa que você tem um problema de insônia.

No geral, insônia pode ser descrita pela incapacidade de conciliar o sono e pode surgir em qualquer período do mesmo (você pode não conseguir dormir; acordar e não conseguir voltar a dormir, acordar muito cedo, etc).

A condição pode ser classificada como:

  • Transiente (curto-prazo): dura desde uma noite até algumas semanas;
  • Intermitente (vem e vai): ocorre de tempos em tempos;
  • Crônica (constante): ocorre na maioria das noites e dura mais de um mês.

A insônia não é definida pela quantidade de horas que uma pessoa dorme, ou por quanto tempo demora para ela cair no sono.

Isso porque cada pessoa tem uma necessidade de sono. Em média, precisamos dormir de 7 a 8 horas por noite. Mas dormir esse período inteiro nem sempre quer dizer que dormimos bem – a insônia também é caracterizada por sono não restaurador.

Por conta de não dormir ou dormir mal, as pessoas podem sofrer consequências como cansaço, falta de energia, dificuldade de concentração, irritabilidade, etc., que podem gerar outras condições.

Se esses problemas são comuns na sua vida, saiba que tem solução. Mas você vai precisar de um médico.

Causas

A insônia pode ter causas físicas ou psicológicas. Existem alguns fatores que tornam uma pessoa mais propensa à insônia: ser do sexo feminino; ser idoso (mais de 60 anos); ter histórico de depressão.

Além disso, para a insônia transiente ou intermitente, as causas mais comuns são estresse, ambiente barulhento, mudanças no ambiente, problemas no horário de dormir/acordar (como aqueles decorrentes de “jet lag”) e efeitos colaterais de medicamentos.

Pesquisas apontam que a produção inadequada de serotonina pelo organismo e o estresse provocado pelo desgaste cotidiano ou por situações-limite estão entre as causas mais importantes da insônia.

Outros fatores que podem colaborar para a insônia são problemas físicos ou de saúde (tosse, dores, febre, problemas hormonais, distúrbios respiratórios, síndrome das pernas sem repouso) e uso de determinados medicamentos (antidepressivos, medicamentos à base de cafeína, medicamentos contra o aumento de peso), além de tomar muita bebida à base de excitantes (cafeína, guaraná), consumo de tabaco (nicotina) e consumo muito frequente de álcool.

Esporte ou exercício físico intenso pode requerer de 2 a 3 horas para recuperar a tranquilidade e poder dormir bem. Aparelhos eletrônicos, como TV e computador, também podem ser grandes causadores de insônia, segundo estudos recentes.

Atividade intelectual importante, como revisão de provas, trabalhos, também exigem cerca de 2 horas para que o corpo e a mente relaxem (em algumas pessoas, pode dar mais sono). Dormir demais durante o dia, logicamente, também atrapalha o sono à noite.

Como você pode perceber, alguns desses itens podem ser resolvidos facilmente com uma mudança de estilo de vida.

Evitando a insônia

Sendo assim, existem algumas recomendações que as pessoas podem seguir para evitar a insônia:

  • Limitar o consumo de cafeína e outras bebidas estimulantes. Lembrar que essa substância também está presente em alimentos como o chocolate.
  • Perguntar ao seu médico se algum remédio que você toma é estimulante. Às vezes, ele tem o mesmo efeito que a cafeína.
  • Não se exercite perto da hora de dormir. Mas lembre-se que a atividade física é superimportante para afastar a ansiedade e dormir melhor, quando praticada de dia.
  • Mantenha uma boa rotina de sono. Tenha um horário de dormir e de acordar.
  • Não fique no computador ou na TV até o último minuto antes de deitar. Tente relaxar antes de dormir. Ouça música, leia um pouco, tome um banho morno, beba um copo de leite morno ou chás à base de ervas como camomila, erva-doce, erva-cidreira.
  • Não durma com claridade. Use protetores nos ouvidos se o ambiente estiver barulhento.
  • Se puder, faça sexo. Relações sexuais relaxam e podem dar sono.
  • Se não conseguir dormir, levante-se. Ficar na cama acordado pode aumentar a ansiedade, a irritação e, consequentemente, a insônia. Procure distrair-se com alguma atividade tranquila e depois, mais cansado, volte para a cama e tente dormir.

Tratamentos

A insônia crônica é a mais complexa de todas e geralmente resulta de uma combinação de fatores. Uma de suas causas mais comuns é a depressão.

Artrite, doença nos rins, problema no coração, asma, apneia, narcolepsia, síndrome das pernas inquietas, mal de Parkinson e hipertiroidismo também colaboram. Tudo isso, aliado a estilo de vida e problemas psicológicos como o estresse, podem piorar a situação.

A insônia às vezes pode ser evitada seguindo as recomendações acima. Mas somente um médico pode lhe diagnosticar corretamente com a condição, além de indicar o melhor tratamento.

O histórico de sono de cada pessoa pode ser obtido com um diário preenchido pelo paciente ou por entrevista com o parceiro de cama. Investigações de sono especializadas podem ser necessárias. Testes para outros problemas de saúde que possam interferir na condição também (como as doenças mencionadas acima).

Sendo assim, diagnosticar a insônia muitas vezes significa diagnosticar e tratar problemas médicos ou psicológicos adjacentes, além de reduzir comportamentos que possam piorar a condição.

No caso, também existem remédios para dormir, que geram controvérsia na medicina. Espere um médico lhe receitar, ao invés de tomar por conta própria. Os anti-histamínicos H1 (antagonista dos receptores H1), por exemplo, como difenidramina e doxilamina, podem ajudar a dormir, mas também podem provocar efeitos secundários como distúrbios de micção e sonolência durante o dia.

Outros soníferos conhecidos (que exigem receita médica) são benzodiazepinas, zolpidem e zoplicone e melatonina. Alguns são usados para tratar ansiedade.

Além de efeitos colaterais perigosos, tratamentos com soníferos devem ser curtos e com comprimidos de baixa intensidade, porque causam dependência. Também nunca podem ser interrompidos de forma brusca.

O acompanhamento de um médico é essencial.

Além disso, existem técnicas comportamentais para melhorar o sono, como terapia de relaxamento, terapia de restrição de sono e recondicionamento.

Existem técnicas específicas que ajudam a relaxar, reduzir ou eliminar a tensão corporal e a ansiedade, ajudando as pessoas a terem um sono de qualidade.

Programas de restrição de sono são interessantes para quem não consegue dormir uma noite inteira. Você começa restringindo o tempo de sono e vai o aumentando gradualmente, até alcançar uma noite normal de sono.

Já o recondicionamento ajuda as pessoas a associar a cama e o horário de dormir com o sono. Isso muitas vezes significa não levar mais nada para a cama: TV, computador, e nenhuma outra atividade, a não ser o sexo. Só vá para a cama quando estiver com sono. Se não for capaz de dormir, levante-se.


Fonte: http://hypescience.com




Buraco negro da Via Láctea engolirá enorme nuvem espacial.


20 anos observando o buraco negro no centro de nossa galáxia, e o astrofísico Stefan Gillessen, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, em Munique, Alemanha, só viu duas estrelas se aproximando do buraco negro em Sagitário A* (“sagitário a-estrela”), e mesmo assim elas escaparam ilesas, mas parece que desta vez será diferente.

Nos sete anos que tem observado esta nuvem de gás, que é gigantesca, se aproximando do buraco negro, Stefan notou que a velocidade dela dobrou. A nuvem já começou a apresentar deformações causadas pelas forças de maré da imensa gravidade do buraco negro, que tem massa equivalente a quatro milhões de sóis.

O buraco negro parece que gosta de pratos italianos, por que a nuvem de gás vai ser espichada como um espaguete antes de ser devorada. Acredita-se que a nuvem aqueça e comece a brilhar na faixa dos raios-X, o que vai fazer com que ela seja visível da Terra.

O centro da nossa galáxia está escondido de nós nuvens de gás e poeira, o que faz com que só consigamos observar alguma coisa usando telescópios que trabalham na faixa do raio-X, rádio e infravermelho. Além deste problema, tem a própria natureza dos buracos negros: eles não deixam escapar nenhuma luz, então só podem ser observados indiretamente. Mais precisamente, pelo que “comem”: gases, poeira, asteroides, planetas e estrelas brilham na faixa do raio-X antes de serem devorados. Examinando os flashes de raio-X, os astrônomos são capazes de averiguar como anda a dieta do buraco negro, se ele está se alimentando bem ou se está passando fome, caso do buraco negro central da nossa galáxia.

Acredita-se que a nuvem se aproximará a uma distância de “apenas” 36 horas-luz de distância do buraco negro, cerca de 40 bilhões de quilômetros, no meio do ano de 2013, quando deve começar o “lanche”. E a nuvem parece que está com pressa: já está na velocidade de 8 milhões de km/h. Vai ser uma oportunidade fantástica para os astrônomos observarem o que acontece quando alguma coisa cai num buraco negro.


Fonte: http://hypescience.com


Porque ser tocado pode inflamar suas emoções.




Ser tocado não é um lance apenas físico; é bastante emocional. Isso foi provado por Michael Spezio, professor visitante no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, EUA) e professor assistente de psicologia no Scripps College (EUA).

Sua pesquisa, publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, mostrou que o toque pode ser social, isso é, pode mudar de significado dependendo de quem nos toca, provocando conforto, excitação ou repulsa.

Homens heterossexuais que participaram do estudo tiveram seus cérebros monitorados por ressonância magnética funcional.
Eles receberam um toque (uma carícia considerada sensual) de uma mulher atraente em suas pernas, mas, através de vídeos, foram levados a acreditar que em algumas ocasiões, quem deu o mesmo toque era um homem (bastante “macho”).

Uma região do cérebro dos participantes, o córtex somatossensorial primário, que os cientistas antes acreditavam que respondia apenas ao toque físico, respondeu mais ao toque “feminino” do que ao “masculino”. A diferença não foi resultado do contato real, pois o toque sempre foi feito por mulheres.

Como curiosidade, o mesmo deve acontecer com as mulheres. Uma pesquisa já mostrou que elas ficam “quentes” quando são tocadas por um homem: sua temperatura na pele realmente aumenta, especialmente no rosto e no colo. Ainda outro estudo também sugeriu que contato físico com uma mulher, nem que seja apenas um tapinha nas costas, aumenta a coragem dos homens.

Os homens também disseram que o toque feminino era mais prazeroso, enquanto queriam evitar o toque “masculino” – que não houve. Sendo assim, ficou demonstrado que o toque pode ser bastante social: as percepções sociais associadas com o toque alteram nossa percepção da sensação física.

“As pessoas pensavam que existam caminhos cerebrais separados para como nós processamos os aspectos físicos do toque na pele e como nós interpretamos o toque emocionalmente; isto é, se o percebemos como agradável, desagradável, desejado, ou repulsivo. Nosso estudo mostra que, ao contrário, a emoção está envolvida nos estágios primários do contato social”, disse Spezio.


Fonte: http://hypescience.com

Como o “gene gay” é passado adiante.


Cada vez mais pesquisas indicam que orientação sexual pode não ser uma escolha: a genética pode ter um papel nisso, fazendo com que as algumas pessoas nasçam gays.

Uma das primeiras pesquisas na área observou a atração sexual, a infância e a identidade de gênero de 4425 gêmeas, e constatou que um conjunto comum de genes, somados a fatores ambientais, poderiam ser responsáveis pela orientação sexual feminina. Sendo assim, a influência dos genes afetaria hormônios sexuais e moldaria alguns mecanismos do corpo responsáveis pelas diferenças na sexualidade das mulheres.

Mais tarde, pesquisadores da Universidade de Pádua, na Itália, descobriram que existe um “gene gay masculino”. As mães portadoras desse gene têm mais chances de ter filhos homossexuais.

Já as meninas com esse gene podem ter uma elevada fecundidade, ser menos expostas a problemas de saúde ginecológicos e ser mais extrovertidas, felizes e relaxadas.

Agora, os mesmos pesquisadores se pronunciaram novamente e disseram que o “gene gay masculino” é passado aos homens justamente pelas mães. O pesquisador Andrea Camperio Ciani não sabe qual gene ou genes causam esse comportamento, mas sugere que ele reside no cromossomo X, o qual os homens herdam um (da mãe).

Originalmente, ele considerou a hipótese de que o gene agia em homens e mulheres de formas diferentes: o homem se tornaria homossexual, e a mulher mais promíscua.

Depois de estudar 161 mulheres relacionadas com homens homossexuais e heterossexuais, ele concluiu que, em vez de aumentar a promiscuidade da mulher, o gene a torna mais atraente para os homens (e não ela fica mais atraída por homens).

Homossexualismo não leva a desequilíbrio populacional

Uma das principais críticas das pessoas que são contra o homossexualismo é que ele traria um desequilíbrio populacional (já que duas pessoas do mesmo sexo não podem procriar). Até o Papa Bento XVI disse que o casamento gay é uma das várias ameaças à família tradicional e coloca em xeque “o próprio futuro da humanidade”.

Porém, há várias maneiras de debater essa hipótese. Primeiro, porque muitos (muitos mesmo) animais são gays ou demonstram comportamento homossexual, e, no entanto, o homossexualismo nunca foi motivo de extinção de espécies (ao contrário do homem, que matou muitas espécies).

Alguns biólogos achavam que essa tendência reduziria o fluxo de reprodução normal das espécies, desequilibrando o ecossistema, mas uma pesquisa da Universidade de Newcastle (Inglaterra) com aves (que tem bastante casos de homossexualismo) mostra que isso simplesmente não altera o ciclo reprodutor dos pássaros. Mesmo que eles se envolvam em relações homossexuais, continuam a ter parceiras do sexo feminino.

O mesmo (não da mesma maneira, claro) acontece com os seres humanos. Hoje em dia, existem métodos artificiais de se ter um filho, e muitos dos casais homossexuais têm, aliás. Não é porque são homossexuais que não utilizam ovários para procriar.
Além disso, também adotam filhos que os próprios heterossexuais não quiseram ou não podiam cuidar.

Mas a questão já nem é mais essa: o novo estudo italiano mostra que a natureza se encarrega desse balanço populacional sozinha. Segundo Ciani, a maior fecundidade (ligada a ser mais atraente) das mães com genes gays masculinos garante a procriação de forma indireta. “O padrão que encontramos é de que as mulheres aumentam o seu valor reprodutivo para atrair os melhores homens”, comenta o pesquisador.

O estudo encontrou uma correlação entre gays e suas mães e tias maternas, que tendem a ter mais filhos que os pais de homens heterossexuais. Isso dá crédito à “hipótese de equilíbrio seletivo”, que sugere que o gene que leva a homossexualidade também leva a reprodução elevada entre parentes do sexo feminino. Sendo assim, o “gene gay” irá sobreviver através das gerações na família.


Fonte: http://hypescience.com



Mito ou realidade: Contar até 10 ajuda a conter sua raiva?



Um dos conselhos mais comuns dados para quem está furioso pode não ser tão bom assim. Ao menos é o que diz um grupo de pesquisadores da Universidade de Ohio (EUA).

“A pior coisa a se fazer em situações irritantes é focar nos sentimentos de raiva e dor para tentar entendê-los”, diz o professor de comunicação e psicologia Brad Bushman. “Isso mantém pensamentos e sentimentos agressivos ativos em sua mente, o que aumenta as chances de você reagir de forma agressiva”.

Distrações rápidas, como contar até 10, também não ajudam, porque a raiva volta assim que elas acabam, opina o psicólogo Dominik Mischkowski, líder da equipe de pesquisadores. “O segredo é não ficar imerso na própria raiva e, ao invés disso, ter uma visão distanciada.”

Mh3>Uma questão de perspectiva

No artigo original, os pesquisadores sugerem que você tente observar a situação de fora, como se você fosse uma “mosca na parede” (“fly on the wall” – não, não é uma referência ao álbum do AC/DC). A ideia é analisar o problema a partir de uma perspectiva externa. Dessa forma, você não se torna refém da raiva e, ao mesmo tempo, consegue ter uma imagem mais completa da situação.

Para testar a ideia, os pesquisadores reuniram 94 universitários e disseram que se tratava de um estudo sobre “a relação da música com solução de problemas, criatividade e emoções”. Para um grupo, sugeriram a “perspectiva distanciada”. Para outro, coisas como “contar até 10″.

Enquanto ouviam música clássica, os estudantes deveriam resolver 14 anagramas complexos (reorganizar letras embaralhadas para formar uma palavra), cada um em menos de 7 segundos. Além disso, tinham de dizer o resultado para um avaliador usando um interfone.

Para deixá-los irritados, os pesquisadores os interrompiam várias vezes e pediam para que falassem mais alto (no melhor estilo “Tratamento de Choque”). Resultado: aqueles que usaram o método da “mosca na parede” ficaram menos irritados do que aqueles que permaneciam focados na própria raiva.

Pode não ser a solução mais óbvia, mas vale a tentativa – mesmo quando o que você realmente deseja é mandar alguém para “aquele lugar”.


Fonte: http://hypescience.com


Bóson de Higgs: o que é, o que faz, e o que fazer com ele.





Nesta quarta-feira, 4 de julho de 2012, os cientistas do CERN, laboratório europeu de partículas de alta-energia, anunciaram que nos dados coletados em dois anos de colisões de prótons estão os rastros de uma estranha partícula, uma partícula que eles tem 99% de certeza de que é uma nova partícula, algo nunca visto antes em laboratório.

O bóson de Higgs é um dos componentes do chamado Modelo Padrão da Física. O que nos leva a outras perguntas…

Retrato de Família

A nossa história começa com a descoberta do elétron, em 1876, por J. J. Thompson. Em 1911 um outro inglês, Ernest Rutherford, propôs o primeiro modelo para o átomo, que seria composto por um núcleo e uma eletrosfera. Rutherford também foi o descobridor do próton, que ele achou que era uma partícula fundamental (ou seja, não composta de outras partículas).

A descoberta de outras partículas nos anos que se seguiram levaram à criação de um modelo que usava partículas fundamentais, os léptons e quarks, para formar outras partículas. O próton, por exemplo, foi modelado como sendo composto por dois quarks e um anti-quark.

Além dos léptons e quarks, seis de cada, conjuntamente chamados de férmions e que estão envolvidos na formação de partículas, foram propostos quatro bósons, que estariam envolvidos nas interações das forças – a força eletromagnética, que seria intermediada pelos fótons, e as forças nuclear forte, intermediada pelos glúons, e nuclear fraca, intermediada pelos bósons W e Z.

Para completar a família, haveria ainda uma partícula para intermediar a gravidade, o Gráviton (ainda não detectado), e o bóson de Higgs, que não participaria da constituição de nada, mas que seria responsável pela massa das outras partículas.

Bóson ou Campo? Os dois

Cabe aqui uma observação. O bóson de Higgs é o quantum de um campo, chamado campo de Higgs. Em outras palavras, o menor valor de um campo de Higgs é um bóson de Higgs, ou ainda, o campo de Higgs é feito de bósons de Higgs. E onde está este campo? Em todo o universo. Estamos todos mergulhados neste campo, que está em todos os lugares, sem faltar em lugar nenhum.

A interação das partículas com o campo de Higgs é que daria a massa a estas partículas, e não só a elas, mas também aos intermediadores das forças (menos a força eletromagnética, intermediada pelo fóton, que tem massa zero, ou seja, não interage com o campo de Higgs). Sem o campo de Higgs, não haveria massa, não haveriam átomos, não haveriam moléculas, não haveriam planetas, não haveriam estrelas, não haveriam reações químicas, não haveria vida, não haveria eu, nem haveria você.

Voltando ao Modelo Padrão, as partículas fundamentais, todas elas, foram sendo encontradas, uma a uma, nos laboratórios. Só o bóson de Higgs que não. E isto era um problema. Sem encontrar o bóson de Higgs, ninguém sabia exatamente quais as propriedades dele. Algumas propriedades podiam ser previstas, mas outras, não. Ironicamente, a massa do bóson de Higgs era uma das propriedades que não podia ser prevista.

Caçada ao bóson, ou fogos de artifício para Higgs

Os modelos também prediziam uma outra coisa, para que o bóson pudesse ser detectado, seria necessário acertá-lo com uma cacetada de energia. Mais precisamente, com uma martelada maior que 1,4 TeV (tera elétron-volts), ou 10¹² elétron-volts. Parece bastante energia, mas só no mundo microscópico. Você vai precisar 100.000.000 TeV para acender uma lâmpada de 100W por um segundo. Ou, dito de outra forma, um mosquito voando tem 1 TeV. Só que um mosquito tem muitos, mas muitos prótons. Se você der esta energia toda para um só próton, e fizer ele bater de frente com outro próton que tenha também 1 TeV, o impacto vai destruir os dois prótons em uma chuva de partículas menores.

Entra em cena o LHC (Grande Colisor de Hádrons). Ele foi feito para colidir prótons com 7 TeV, ou seja, 5 vezes o valor mínimo teórico. Só que ele estava operando em 4 TeV, que não é sua capacidade plena, mas ainda é o suficiente para criar colisões interessantes. Dois anos colidindo partículas, e hoje temos o anúncio feito por duas das equipes do LHC de que eles tem 99,9% de certeza que descobriram uma nova partícula que tem todo o jeito de ser o bóson de Higgs.

Rescaldo, perspectivas

E agora, o que vai acontecer? Para que será usado o bóson de Higgs? Muita coisa, começando pela física teórica. A descoberta desta partícula a deixa à disposição dos cientistas para análise de suas propriedades. Já sabemos, por exemplo, que o bóson de Higgs tem massa de aproximadamente 133 prótons, ou 125 GeV/c² (sim, a massa está sendo expressa em termos de energia dividida pela velocidade da luz ao quadrado, m = E/c²), e este é só o começo.

O que mais dá para fazer com o bóson de Higgs, além de entender a natureza e o universo em um nível realmente profundo? Nada mais. Talvez da tecnologia usada para encontrar o bóson saia alguma coisa para o cidadão comum, mas o objetivo nunca foi este: sempre foi responder a perguntas essencias, como “do que é feito o universo”. O conhecimento é, sem sombra de dúvida, a maior aventura humana, e a descoberta do bóson de Higgs é parte desta aventura.


Fonte: http://hypescience.com


Porque o bóson de Higgs dá sentido ao universo [partícula de Deus].

Na última quarta-feira (4), em uma coletiva de imprensa realizada no laboratório CERN (Organização Europeia de Pesquisas Nucleares) em Genebra, na Suíça, cientistas anunciaram o que pode ser a descoberta de uma das partículas elementares para a formação de tudo o que existe: o bóson de Higgs.

Há anos, pesquisadores trabalhando no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o maior acelerador de partículas que existe, procuram o bóson, partícula que foi proposta pela primeira vez por Peter Higgs em 1964, 48 anos atrás.

Agora, duas equipes separadas do LHC – ATLAS e CMS – chegaram a resultados parecidos que estão em conformidade com as previsões teóricas sobre as partículas subatômicas do Modelo Padrão da Física, com a inclusão do bóson de Higgs. Isso indica que a partícula de fato existe.

O bóson teria massa de 125.3 GeV, e os resultados têm o nível de certeza de 4,9 sigma (o ideal é 5 sigma, nível necessário para reivindicar uma descoberta, pois significa que há menos de uma chance em um milhão dos dados serem um acaso estatístico).

“Foi anunciada a descoberta de um bóson que pode ser o bóson previsto por Higgs há quase 50 anos. A beleza da descoberta vem não apenas da notável previsão teórica, baseada em alguns conceitos bastante simples de simetria, mas do avanço tecnológico que foi preciso fazer para comprovar a sua existência”, comenta a Prof. Dr. Carola Dobrigkeit Chinellato, do Grupo de Física Teórica (GFT), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Tal êxito só foi possível com um enorme esforço e trabalho conjunto de milhares de pesquisadores, físicos, engenheiros e técnicos. “Acho que é mesmo um momento histórico”, diz.

Apesar de muita gente achar que o bóson de Higgs é um caso certo, ainda é preciso ter cautela. Os cientistas estão tratando a descoberta como “muito provável”, e pediram tempo para analisar as informações.

“Esta cautela é inteiramente justificável. Embora seja relativamente robusto, níveis de certeza maiores do que 4,9 já vieram a ser modificados pelos próprios dados experimentais. É preciso cuidado”, explica o Prof. Dr. Marcelo M. Guzzo, do Instituto de Física Gleb Wataghin, também da UNICAMP.

A “descoberta” e o Modelo Padrão da Física

O bóson de Higgs é a partícula pela qual supostamente tudo no universo obtém sua massa, inclusive nós, seres humanos.

Sendo assim, a partícula era vista como crucial para que os físicos pudessem dar sentido ao universo. Só que ela nunca tinha sido observada por experimentos.

Por conta de sua importância nos blocos de construção básicos do universo, o bóson recebeu o apelido de “partícula de Deus”, apelido que Guzzo não simpatiza. “Não gosto do nome ‘Partícula de Deus’, apenas se for pensado como uma espécie de brincadeira. Supondo que tenhamos, de fato, descoberto o Higgs, temos em mãos um quebra-cabeça muito mais completo rumo a uma compreensão das partículas elementares e suas propriedades. Isto é muito bom. Mas outras peças que são igualmente importantes neste quebra-cabeça nunca foram chamadas de ‘Partículas de Deus’”, argumenta.

O quebra-cabeça maior seria, por assim dizer, o Modelo Padrão da Física, uma espécie de “livro de instruções” que descreve como as partículas e as forças interagem no universo. Sem a existência do bóson de Higgs, ou seja, de uma partícula que desse massa a todas as outras, todo esse modelo poderia ir por água abaixo.

Sendo assim, uma das grandes consequências da descoberta é o fortalecimento desta teoria em detrimento de teorias alternativas. “Podemos afirmar que nada muda no Modelo Padrão das Partículas Elementares. Pelo contrário. O bóson de Higgs fazia parte do Modelo Padrão que sai muito fortalecido por esta descoberta”, diz Guzzo.

Agora, qualquer outro modelo alternativo ao Modelo Padrão terá que incorporar o Higgs, que passa a ter status de “evidenciado experimentalmente”.

E o bóson de Higgs também ajuda a explicar outras teorias, como a simetria de gauge. “Agora entendemos como a simetria de gauge, um dos pilares da construção do Modelo Padrão e que gera previsões estranhas como, por exemplo, que os bósons intermediários responsáveis pela interação fraca não têm massa, pode incorporar as massas destas partículas que foram encontradas experimentalmente já no início da década de 1970. Isto se dá através do Mecanismo de Higgs”, explica o professor.

O badalado bóson de Higgs, então, foi encontrado (provavelmente). Mas o grande vencedor parece ser o Modelo Padrão da Física.

“O conjunto começa a ficar muito interessante. Bonito mesmo! A ponto que eu gostaria de ver o Modelo Padrão ensinado nas escolas, como um conhecimento popular. É a consagração do Modelo Atomista que há milênios ronda o conhecimento humano”, opina Guzzo.

“Já há muitos anos nós aprendemos sobre a previsão da existência do bóson de Higgs, e ensinamos sobre ele para os nossos alunos. O anúncio dos resultados dos experimentos ATLAS e CMS é motivo de alegria para os físicos, e ainda mais para os físicos que trabalham na área de partículas elementares. Sentimos uma satisfação parecida com a de alguém que está montando um quebra-cabeça enorme e consegue achar a pecinha que estava faltando para completar o quadro”, comemora a professora Carola.


Fonte: http://hypescience.com


10 fatos surpreendentes sobre o cérebro humano.



Amigo leitor, se algum dia sua autoestima estiver “no chão”, lembre-se disto: entre suas orelhas está uma das estruturas mais fantásticas que existem – seu cérebro.

E, mesmo que você não seja, digamos, um possível candidato ao Prêmio Nobel de Física, essa “máquina” não deixa de ser impressionante.

Conheça 10 coisas que você provavelmente não sabia sobre o cérebro:

1 – O CÉREBRO NÃO SENTE DOR

Por não ter receptores para isso, o cérebro não sente dor. É por isso que neurocirurgias podem ser feitas enquanto o paciente está acordado. Aliás, isso ajuda os cirurgiões a manter o controle sobre o procedimento – e não bagunçar funções motoras ou de visão, por exemplo. O que não torna esse tipo de cirurgia algo menos perturbador de se ver…

2 – HÁ MAIS DE 160 MIL QUILÔMETROS DE VASOS SANGUÍNEOS NO CÉREBRO

Curiosamente, essa estrutura relativamente pequena (que pesa menos de 2 kg) contém um número monstruoso de elementos: 100 bilhões de neurônios, conectados entre si por 100 trilhões de sinapses. Em termos de informação, o cérebro é capaz de armazenar 1.000 terabytes (1 terabyte = 1.024 gigabytes), o equivalente a cinco vezes o conteúdo da Enciclopédia Britânica. Em tempo: nós usamos 100% da capacidade do nosso cérebro, ao contrário do que dizia aquele famoso mito dos 10%.

3 – O CÉREBRO DE EINSTEIN FOI PRESERVADO

Poucas horas depois de sua morte, em 1955, Einstein teve seu cérebro retirado pelo Dr. Thomas Harvey sem autorização da família. O legista simplesmente tomou chá de sumiço e só foi encontrado 23 anos depois por um jornalista persistente. O médico admitiu que ainda estava com o cérebro de Einstein, cortado em 240 partes e preservado em jarros com formaldeído.

4 – HÁ GRANDES DIFERENÇAS ENTRE OS DOIS LADOS DO CÉREBRO

Essa fantástica estrutura é formada por dois hemisférios, sendo um deles mais voltado a pensamentos racionais e analíticos (o esquerdo) e o outro voltado mais para pensamentos conceituais e visuais (o direito). Além disso, eles trabalham de forma “invertida”: se você machuca sua mão direita, a dor é processada pelo hemisfério esquerdo. Curiosamente, você sobreviveria mesmo que perdesse completamente um dos hemisférios (não sei se muito bem).

5 – O CÉREBRO DOS HOMENS É 10% MAIOR QUE O DAS MULHERES

“Ahá! Eu sabia!”, pensaram alguns leitores. Antes de acharem que estão por cima, vale destacar que, embora seja relativamente menor, o cérebro feminino possui mais células nervosas do que o masculino. Além disso, ele realmente tende a priorizar “emoções”, enquanto o dos homens tende a priorizar a “lógica”. Mas o cerebro de homens homossexuais tende a funcionar de maneira mais similar ao de mulheres.

6 – SEU CÉREBRO É MAIS ATIVO ENQUANTO VOCÊ DORME

Durante o sono, nosso cérebro processa intensamente as informações que coletou durante o dia – alguns cientistas acreditam que esse fenômeno é responsável pelos sonhos. Até hoje, ninguém sabe exatamente por que, de fato, sonhamos. Contudo, já foi comprovado que pessoas com QI mais elevado tendem a sonhar mais, e que tirar um cochilo durante o dia pode ajudá-lo a ter mais disposição e foco para trabalhar.

7 – É POSSÍVEL MANIPULAR SONHOS

Quem assistiu ao filme “A Origem” provavelmente ficou surpreso com a manipulação de sonhos. A ideia, porém, é verdadeira e não é nova: o termo Sonho Lúcido, que descreve o fenômeno, foi criado na década de 1880 pelo psiquiatra alemão Frederik Willem van Eeden – mas só ganhou força quase um século depois, na década de 1960. Hoje em dia, há inúmeros sites e artigos explicando como controlar os próprios sonhos.

8 – NINGUÉM SABE POR QUE DAMOS RISADA

O riso é um fenômeno unicamente humano (não, hienas não riem porque acham graça de algo), que começa a partir dos 4 meses de idade. Também é algo “contagioso” e difícil de fingir. Ainda assim, até hoje ninguém descobriu exatamente por que certas situações provocam riso, nem por que nem todo mundo acha graça em uma mesma piada.

9 – TAMANHO NÃO IMPORTA MUITO

Seguindo o mesmo raciocínio do item 5, podemos dizer que um cérebro maior não garante, necessariamente, que a pessoa seja mais inteligente. O de Einstein, por exemplo, pesava 1,23 kg (a média para um adulto é de 1,4 kg).

10 – O QI MAIS ALTO DO MUNDO É 210

O coreano Kim Ung-yong, nascido em 1962, possui o QI mais alto do mundo. Aos seis meses de idade, já começou a falar. Aos oito, conseguia entender álgebra. Começou a frequentar o curso de física na Universidade de Hanyang aos 4 anos e, quando se formou, foi convidado pela NASA para continuar seus estudos nos EUA.

De volta à Coreia do Sul, em 1978, trocou a física pela engenharia civil e obteve um título de doutorado na área.


Fonte: http://hypescience.com


Misteriosa estrutura oculta do universo é observada pela primeira vez.




Os últimos dias estão sendo agitados no campo da astrofísica. A empolgação geral com a comprovação da existência do bóson de Higgs praticamente encobriu outra descoberta fascinante: a matéria escura foi identificada diretamente pela primeira vez.

Pesquisadores do Observatório da Universidade de Munique, na Alemanha, detectaram uma gigantesca cadeia de matéria escura entre dois super-aglomerados de galáxias, Abell 222 e Abell 223. Astrônomos já haviam pressuposto que o espaço entre as galáxias era composto por matéria escura e fria, mas ela nunca havia sido detectada diretamente. Essa descoberta ajudará os cientistas a entender a evolução do universo.

O universo é preenchido com filamentos de matéria escura, uma misteriosa substância que não pode ser vista. Cientistas sabem que essa obscura estrutura existe porque ela pode ser detectada através de sua atração gravitacional. Calcula-se que a matéria escura componha cerca de 83% da massa de nosso universo.

Alguns cientistas eram céticos com a possibilidade de detectar filamentos de matéria escura atualmente, acreditando que seria necessário esperar por telescópios mais avançados. Mas graças à geometria espacial rara desses dois aglomerados de galáxias, os cientistas alemães conseguiram detectar sinais do que é conhecido como lente gravitacional fraca. O efeito dessa lente gravitacional faz com que a luz de um objeto, como uma galáxia, apareça com sua imagem inclinada na Terra quando passa perto de um aglomerado massivo.

A descoberta

A estrutura de matéria escura encontrada aparece justaposta com a distribuição de matéria comum, o que permite uma comparação sem precedentes entre as duas fontes de gravidade. A matéria escura pode ser detectada porque a forte gravidade do filamento que une os dois aglomerados de galáxias – que ficam a 2,7 bilhões de anos-luz de distância da Terra – funciona como uma lente para a luz que vem de galáxias mais distantes em direção ao nosso planeta. Astrônomos usaram essa luz para calcular a massa e o formato do filamento.

A partir de raios-X emitidos pelo gás quente de matéria comum, cientistas descobriram que essa matéria compõe apenas 9% da massa do filamento. Outros 10% podem ser atribuídos às estrelas e galáxias visíveis. E o restante? A famosa matéria escura, que conecta aglomerados de galáxias pelo universo.

Entender a relação entre a matéria comum e a matéria escura pode ajudar os cientistas a entenderem como a matéria escura é formada, e consequentemente, entender a estrutura do universo. No futuro – não tão distante, esperamos – poderá ser possível descobrir o que compõe a obscura e misteriosa matéria escura.


Fonte: http://hypescience.com